JORNAL DO
Jahu, dezembro de 2024
JORNAL DO
Jahu, dezembro de 2024
Nesta edição nas páginas:
4 - SHOLEM
ASCH
6 - CARTUNISTAS
NO NATAL
7 - RICARDO
RODRIGUES
NOTÍCIAS DO CLUBE
Chegando quase ao final de mais um ano, os trabalhos de conservação e melhorias na Sede de Campo do clube continuam. Os novos sanitários para os usuários das quadras de esporte que estão quase no final da obra, faltando apenas o acabamento, provavelmente estarão prontos até o final do ano.
A Diretoria está de parabéns, pois esses sanitários, assim como as rampas já construídas fazem do clube um ótimo exemplo de inclusão dando acessibilidade para todas as pessoas com dificuldades motoras.
MENSAGEM
Neste último mês do ano, junto da Diretoria e do Conselho do clube, a equipe deste jornal e seus anunciantes vêm desejar a todos aos sócios e leitores - com os versos do padre Joseph Mohr e a composição musical do padre Franz Xaver Gruber - um Feliz e Abençoado Natal junto de suas famílias.
Neste ano conturbado pelas guerras, compartilhamos trechos significativos da poesia comovente do poeta paulistano Paulo Gomide e fatos retirados do livro "Uma alegria nunca vivida"- escrito pelo padre Enzo Fortunato, que repassa a história das representações da Natividade de Jesus. Leia também um dos mais belos textos de Sholem Asch sobre o Natal na página 4.
COMPARTILHANDO
"Natividade" de Fra Filippo Lippi
“Há mais de 800 anos, em 1223, na cidade de Greccio, o pequeno frade Francisco de Assis criou o primeiro presépio. Não o inventou por um fato folclórico, mas como um protesto suave contra uma sociedade e uma Igreja que usavam a Cruz de Cristo como bandeira para as Cruzadas, como uma espada para conquistar os lugares santos e que haviam esquecido o valor da ternura e da solidariedade para com os humildes.
Com o presépio Francisco pretendia a celebração da paz e do amor que Cristo veio ensinar; e colocou simplesmente o boi e o burro, porque no imaginário coletivo da época o boi e o burro representavam dois grandes povos que a Igreja e a sociedade combatiam: os judeus e os muçulmanos. Assim, Francisco queria dizer que Jesus veio para todos.
A invenção do presépio por Francisco é um hino à simplicidade: a estrebaria sem portas, a manjedoura, o boi e o burro. O presépio parece chamar-nos a colocar no centro de nossas vidas a palavra PAZ. E neste triste tempo de guerras convida-nos a mobilizar nossas forças para que sejamos sempre instrumentos de PAZ: em nossas vidas, em nossas famílias e ao lado uns dos outros, como irmãos"
MEU NATAL (trechos)
Paulo Gomide
Dos berços de linho e seda
aos ninhos de palha podre,
onde houver uma criança
aí será meu Natal.
Não no coração dos ricos
que me exploram, que me ofendem,
que me ignoram, me vendem
quando aos pobres fazem mal;
não nas mesas dos tiranos,
dos perversos, dos falsários,
dos que matam, dos que enganam,
dos que abusam dos ingênuos
para os fins mais desumanos
como as guerras que se tramam
com as armas mais letais;
não nos corações malditos
que me afligem nos aflitos...
Estes não terão Natal.
Meu Natal é dos humildes
é o Natal das lavadeiras,
dos serventes, dos mendigos...
Das enfermeiras que velam,
das professoras que educam,
dos que criam, dos que zelam
pelos velhos que caducam.
Estes sim terão Natal.
Meu Natal é dos que sofrem;
dos doentes incuráveis;
das amadas esquecidas;
dos loucos irresponsáveis
e das crianças perdidas.
Meu Natal é dos que lutam
para viver nas cidades,
nos sertões despovoados,
nas casas e nos casebres,
nos abrigos e orfanatos,
nas celas dos condenados
nas celas dos consagrados,
nos berçários, nas igrejas...
nas falas dos namorados
mas sobretudo no homem...
Onde houver uma criança
ou um coração de criança,
aí será meu Natal.